terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cubozoa (Jellyfish Box)


As vespas marinhas, ou cubozoa (do grego kybos, um cubo, ao contrário das medusas, que são circulares + zoon, animal), apesar das semelhanças morfológicas do corpo, constituido por um sifão e numerosos tentáculos, não são estritamente medusas (classe Scyphozoa). O grupo é típico do Oceano Pacífico e inclui alguns dos mais venenosos animais existentes na actualidade.

Os cubozoários, ao contrário das medusas que são animais planctónicos filtradores, são predadores activos, com capacidade de deslocação própria de cerca de dois quilómetros por hora. Este modo de vida activo implica a necessidade de períodos de descanso, que os cubozoários realizam durante as noites que passam assentes no fundo do mar. Outra característica especial é serem dotados de visão. Estes animais têm 24 olhos agrupados em conjuntos de seis e dispostos nas quatro faces que compõem o sifão do cubozoário. Cada um destes conjuntos tem dois tipos de olhos: fossas que detectam a luz (semelhantes às observadas nos outros cnidários) e olhos propriamente ditos, extremamente complexos e com a mesma estrutura que o olho humano composto por lente, retina e córnea. Apesar desta complexidade, não está claro como é que estes animais processam a informação adquirida pelos olhos, uma vez que não possuem cérebro. Em vez de um sistema cognitivo central, os cubozoários têm zonas de elevada densidade de nervos junto aos conjuntos de olhos, que podem ser centros de processamento de informação. Para justificar a evolução de um sistema visual tão elaborado foi sugerido que os cubozoários procuram e caçam activamente as suas presas, que incluem krill, pequenos caranguejos e peixes.

O tipo de presas que os cubozoários consomem é a explicação para o facto de terem desenvolvido venenos tão tóxicos. Dada a sua constituição frágil, estes animais têm obrigatoriamente que matar a sua presa depressa, para que esta não se debata e não tenha oportunidade de lhes provocar danos. O veneno dos cubozoários é injectado nas presas através dos cnidócitos presentes nos tentáculos, que disparam ao menor contacto. O tipo de toxina presente é ainda desconhecido e parece variar de espécie para espécie, mas a sintomatologia associada a encontros com estes animais sugere que ataque o sistema nervoso central. Todos os anos há centenas de pessoas na Austrália e outras regiões do Pacífico que sofrem de encontros com cubozoários, alguns com consequências fatais. O animal não ataca deliberadamente o Homem, mas o facto de serem transparentes e praticamente invisíveis para quem está desatento faz com que os acidentes aconteçam. As vítimas descrevem um intenso mal estar, acompanhado por dores lancinantes na área afectada, vómitos, náuseas, tensão arterial extremamente elevada e a destruição dos tecidos cutâneos. Presentemente ainda não existe nenhum antídoto para esta toxina e a única acção que parece resultar é a aplicação de vinagre nas zonas afectadas pelos tentáculos, o que impede o disparo dos cnidócitos que permanecem fechados mas que em nada reduz o mal que já está feito.

Outros animais marinhos altamente venenosos são o búzio cone, o polvo de anéis azuis e o peixe-pedra.

1 comentário:

  1. Ora aqui está um animal que existe sem darmos por isso e quando damos dói!!! Muito bom saber!!! A Natureza é realmente incrível!!!

    Não sabia que....
    4 ...mas gostei de saber!

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